quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Notícias - Sede da Comissão Pastoral da Terra é alvo de roubos e ameaças no Acre



Arrobamento e roubo na sede da CPT no Acre
 
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) foi alvo de uma invasão em sua sede no Acre, na noite do dia 20 para o 21 de janeiro. Já é a sexta invasão à sede da CPT nos últimos dois anos, e o agente pastoral Cosme Capistano da Silva, além da coordenadora da CPT na região, Maria Darlene Braga Martins, sofreram ameaças.

Esses fatos reforçam a suspeita de que essas invasões estão ocorrendo como forma de intimidar a organização a parar de realizar seu trabalho de denúncia constante ao latifúndio e às ações de fazendeiros e madeireiros no estado do Acre e sul do Amazonas. Leia abaixo a nota da Pastoral sobre o ocorrido (Página do MST, 28 de janeiro de 2013).

Invasão, roubo e ameaças à CPT no Acre

A Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, da CNBB, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e a Coordenação Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT) vêm a público denunciar novos atos de violência praticados contra a CPT do Acre, e reiteram sua solidariedade e apoio aos agentes de pastoral pelo corajoso trabalho desenvolvido em defesa do povo do campo e da floresta daquele estado.

Na madrugada do dia 20 para o dia 21 de janeiro último, a sede da CPT do Acre foi invadida. O local foi destelhado e o forro destruído para permitir o acesso às dependências. Foram roubados computadores, data show, impressoras, máquinas fotográficas, além de muitos documentos.

A equipe da CPT encaminhou todos os procedimentos legais, fez o registro de boletim de ocorrência e solicitou perícia da polícia civil. Esta, no entanto, informou que não teria sido encontrada nenhuma impressão digital que pudesse levar aos suspeitos de tal violência.

Tudo leva a crer que a ação criminosa tenha sido executada por um profissional bem orientado do que deveria retirar do local, e capaz de dificultar a investigação policial, não se tratando, portanto, de um furto comum. Isso fica ainda mais evidente uma vez que, na madrugada do dia 21 para o dia 22 de janeiro, a mesma sede foi mais uma vez invadida e as únicas coisas levadas foram documentos, inclusive o Boletim de Ocorrência, feito no dia anterior.

Com esses dois últimos episódios, já são seis os casos de invasões na sede da CPT no Acre nos últimos dois anos. Julgamos importante destacar o fato dessas invasões à sede terem se intensificado após a CPT denunciar irregularidades em planos de manejo florestal e ação de fazendeiros e madeireiros no estado do Acre e sul do Amazonas, questionando o latifúndio e as novas formas de apropriação dos meios naturais coletivos para transformá-los apenas em capital para alguns.

Somadas às recorrentes invasões, ameaças foram direcionadas ao agente pastoral que atua no município de Boca do Acre (AM), Cosme Capistano da Silva, bem como, a Maria Darlene Braga Martins, coordenadora da CPT na região.

Os signatários acreditam que as ameaças de morte são feitas tendo em vista a atuação da CPT Acre nas áreas onde há conflito envolvendo seringueiros, pretensos donos das terras, grileiros, fazendeiros e madeireiros.

Mesmo tendo sido feitas reiteradas denúncias ao Ministério Público Estadual (MPE), Ministério Público Federal (MPF), secretarias de Direitos Humanos e Secretaria de Segurança Pública nada foi resolvido até o momento. Exigimos que os fatos sejam apurados com profundidade e transparência e que os verdadeiros executores dessas violências sejam responsabilizados e presos.

Brasília / Goiânia, 25 de janeiro de 2013.

Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, da CNBB

Conselho Indigenista Missionário (CIMI)

Coordenação Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT)
 
 
Nota: Grileiros, fazendeiros e madeireiros estão com a corda solta no Acre. Estão parecendo  fatos que aconteciam nas décadas de 1970 e 1980, e que culminaram com o assassinato de Chico Mendes. Os bandidos de ontem são os novos aliados de hoje. O PT que se cuide, essa gente não perde a oportunidade de por as garras de fora, a impunidade reinante no país é um bom estímulo pra suas ações.

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